Coisas que eu não compreendo (ou melhor: "Foda-se para o Natal!")

À medida que vou sulcando estas vias travessas da vida com as minhas botas da tropa (aka sapatos de vela) vou-me apercebendo de que há certas e determinadas coisas e situações que, por mais que eu puxe pelo apêndice situado acima do tronco, não compreendo e acho que nunca virei a compreender. Não compreendo, por exemplo, como é que a Bárbara Guimarães apresenta programas culturais na Sic Noticias. Esse será provavelmente o caso que menos compreendo. Outro: a recente "redescoberta" do José Cid por parte da população tuga. Deixem o "artista" em paz pá. Depois de "O macaco gosta de banana" poderá ele alguma vez superar-se?
Outra coisa que não compreendo: o pessoal que passa à frente nas filas, com a maior das calmas, e que fica com um ar muito ofendido se lhes dizemos "amigo(a), desculpe lá mas o seu lugar é lá atrás, da última vez que reparei ninguém aqui estava a ficar mais novo". Temos também a situação das pessoas que mandam cacetadas em tudo o que se mexe só para poderem passar em lugares apertados, principalmente, e sem querer ofender, as mulheres. Qual é que é a ideia? "Tenho mamas, sou gaja, posso-te dar cacetadas para passar e tu não podes responder nem com um pio." Claro que também elas ficam com um ar extremamente agravado quando eu lhes respondo na mesma moeda. Igualdade é igualdade ora...
Essa tendência, que eu, na minha pobre inocência de "virgem santista" em 2000 tomava como uma ocorrência única e decorrente do ambiente festivo, tem-se vindo a agravar com o passar do tempo. Elas dão cacetada nos Santos, elas dão cacetadas nos concertos, elas dão cacetada no Bairro, elas dão cacetada nas Discotecas... é o salve-se quem puder. Ou isso ou então sou feio que nem a parte de trás de um javali e querem-me afastar à porrada, o que, tendo em conta que a maioria das vezes nem sequer me viram as fuças, me deixa deveras preocupado.
Amigas (e alguns amigos também), o poder da palavra (nomeada e mormente o "desculpe" da praxe) poderá vir a espantar-vos, caso algum dia decidam usá-la. É só uma dica.

Ora bem, todas estas coisas eu não compreendo. Todas elas contribuem um pouco para a minha constante aceitação de que sou um bicho estranho e completamente fora de sintonia com a ordem das "cenas". Mas há uma, uma em especial, a que me levou a escrever este post aliás, que me deixa, de ano para ano, cada vez mais atónito.

Porque RAIO é que se celebra o Natal cada vez mais cedo?

É Novembro a chegar e já anda tudo com o pito aos saltos: "Vem ai o Natal! Vem ai o Natal!". Companheiro, faltam 2 meses. Calma com o escarcéu...
Mas depois é ver os lojistas todos a enfeitar as suas "botiques", os anúncios publicitários a ganharem subitamente uma tez vermelha, trezentas mil promoções de "Natal" a aparecerem a cada virar da esquina. Até eu dou comigo a escrever um post no inicio de Dezembro a dizer: "ah e tal espírito natalício e não sei que mais...".
Atónito! Não há outra palavra. Tenho cá para mim que qualquer dia estamos no dia 24 de Dezembro a celebrar o Natal que há-de vir daqui a 2 anos, com um bolo rei entre os dentes e outros 2 já prontos a saltar da caixa. Eu não compreendo. Foda-se para o Natal.

Homem da Faina out