sexta-feira, setembro 15, 2006

Passa o tempo, e com ele o desânimo (ou assim acredito)

Como já devem ter percebido pelos 3 posts seguidos do jovem Topêlos, acabei de ultrapassar a barreira dos 23. Claro que a data de um aniversário não é mais do que um simbolismo de passagem, uma forma que arranjámos de contar o tempo que lá vai "comendo" os dias da nossa vida. Mesmo que seja o dia do aniversário não significa nada mais do que apenas isso, mais um do que ontem e menos um do que amanhã.
Mas com os 23 vem também o seu significado social e a responsabilidade de fazer pela vida. Já não se acorda a pensar "ainda tenho mais 3 ou 4 anos de escola pela frente, quando chegar a altura logo penso nisso". Agora dou comigo a pensar para os meus botões: "a escola acabou rapazola, acorda para a realidade".
A rede, afinal, já não está lá para nos aparar as quedas, já não encontramos os amigos todos os dias no bar da faculdade, já não se tem a mesma facilidade para se falar de um ou outro problema que nos aflige. Aliás, se há coisa de que me apercebo é que com a idade a predisponibilidade que temos para falar dos nossos problemas diminui. Espera-se que sejamos "homenzinhos" (ou "mulherzinhas") o suficiente para aguentarmos sozinhos, e basicamente que não andemos por ai a chatear os outros. Outros esses que, diga-se de passagem, lá terão também a sua dose de problemas.
Há inevitavelmente, pelo que acabei de me aperceber, uma coisa que piora toda a situação: a perda de quem amamos. No meu caso, a separação veio em primeira instância deste mesmo ponto (e claro de outros que não interessam debater aqui pela privacidade que implicam). Apesar de ter sido ela a acabar, na minha cabeça já há muito que antecipava a situação e quase que esperava, covardemente, que o fizesse para que eu não tivesse que "auto-destruir" um sonho que tivera em mim mesmo durante mais de 2 anos. Sim, sei que é egoísta.
A necessidade não suprimida de ter alguém com quem falar e a sua indisposição para compreender o que eu sentia levaria mais tarde ou mais cedo (leva sempre em todas as relações que passam pelo mesmo) a este desfecho, e foi com muito esforço que me convenci disso. Muito porque apesar de algumas coisas más, tanto dela como obviamente também muitas minhas, ainda vivia e vive em mim, embora agora de forma diferente, um mundo de sentimentos. Desses o tempo se tratará de encarregar, estou certo disso pois sinto que já o começou a fazer.
E pronto, tudo isto porque acredito realmente que a pessoa com quem se está é também (ou deveria ser em qualquer relação madura e saudável) a pessoa com quem desabafamos e que desabafa connosco. É nessa relação de apoio mutúo, acredito eu, que se deve basear a vida a dois, e é nela que a confiança é construida e mantida. A falta repentina de alguém a quem contar as minhas mais prementes angústias, de alguém em quem se encontra (e mais importante a quem se dá) apoio e o carinho de um abraço e um beijo, é um duro golpe na vida de uma pessoa. Ainda para mais quando coincide (e aumenta exponencialmente) com a tal fase de transição para uma vida de auto-subsistência e independência, que só por si já desequilibra e muito a balança emocional de qualquer um.
Enfim, na falta de alguém com quem falar neste momento, teclo para um ecrã, e parece-me que atinjo um qualquer novo nível de desânimo e tristeza que nunca tinha conhecido. Sei que todos temos fases menos boas, compreendam que não pretendo fazer o papel de vítima mas apenas desabafar. Uma coisa vos digo, porém... há momentos que são realmente desanimadores e que nos põem um dia inteiro a chorar pelos cantos sem saber muito bem do que se chora, coisa que já não me acontecia há uns valentes anos. Se nunca os tiveram, é minha sincera esperança que nunca tenham. Se já vos aconteceu, sabem do que falo e embora não encontre qualquer conforto na vossa tristeza, encontra-se certamente alegria na compreensão.

Homem da Faina, sentido-se um pouco melhor, out

7 comentários:

tope disse...

infelizmente encontro-me numa situação relativamente semelhante à tua. cada 1 é como é, e cada caso é 1 caso, mas n deixa de ser igualmente dificil para todos. xama-se escola da vida meu amigo, tamos sempre a aprender, seja coisas boas, seja coisas más. e assim se ganha experiencia... n sei bem pra q. deve ser pra morrermos cultos e sábios, daki a uns anitos (muitos, espera-se). mas pronto, n sejamos pessimistas. life goes on, o tempo cura tudo, bla bla bla, diz q sim mas n é nada fácil. eu já tive pior, tu parece-me q tás na fase crítica. é por isso q hj a noite vamos aí buber uns copitos valentes ;). n resolve nada, mas sempre é uma boa desculpa pra nos embubadarmos. depois dum gajo se habituar a ter "companheira", n é fácil dpois conseguirmos tar sozinhos, simplesmente pq n tamos habituados a isso. mas começo a xegar à conclusao q é mm uma kestão de se meter na cabeça q algo q consideravamos essencial e indispensável, n pode mais ser considerado dessa maneira. é xato,n é facil, mas vai ter q ser. e n há pressa... c calma se vai lá.

taparuere disse...

ceus... minha gente... q baixo astral q praki vai! ja abriram bem os olhos para a quantidade de gajas boas que anda por aí à solta????

tope disse...

por acaso na 4ª feira passada fui a um jantar onde havia um montão de gajas boas...;)

Homem da faina disse...

por acaso nessa 4ª feira acho que também tava lá e reparei no mesmo.;)
Obrigado pelo apoio maestro.

Huguitos disse...

Força camaradas,tá visto que anda tudo em trabalhinhos. Eu tb mas os meus trabalhinhos são outros, vou bazar daqui a dois dias e vou deixar cá a minha outra metade numa fase crítica em que mais do que nunca ela precisa do meu apoio... há duas semanas que ando nisto mas quanto mais se aproxima o dia mais pressão sinto em cima de mim. Trabalhinhos... até me juntava a vós nesse tal copo mas tou todo ressacado da brutidão de ontem. Até breve camaradas

Inês disse...

P´ra colo ligar: FLI ;P
HDF - Tá + q prometido, e tu sabes!

Eu sou daquelas pessoas que até tem muita, mas mesmo muita, sorte: O meu piguito está e sempre esteve do meu lado. Desabafos e afins, não lhes sou muito dada, mas para tudo o resto, sempre esteve ao meu lado. Outubro, dia 12 - aí vão cinco aninhos!

Homem da faina disse...

thanx fli.. és uma querida. :)
mas não te posso pedir colinho, pq senão o teu menino dos "5 anos este dia 12 de outubro" ficava chateado comigo, e eu curto bué do johny boy. Mas um abração quando nos virmos, isso gostava muito. ;)