sexta-feira, maio 30, 2008

Mais um belo fait diver Imperialista:

Foi hoje assinado em Dublin um tratado que proíbe a utilização de qualquer munição fragmentária. Para aqueles que (tal como eu antes de alguma pesquisa) não fazem ideia do que se trata, a definição de munição fragmentária inclui bombas e misseis que ao serem disparados se fragmentam (daí o nome) em pequenos (e no entanto individualmente mortíferos) aglomerados explosivos que se embebedam no chão esperando por um qualquer CIVIL que por ali passe. Resumindo, são armas explicitamente fabricadas com intenção de ATERRORIZAR E ATINGIR as populações civis dos países onde são utilizadas, não tendo qualquer propósito bélico paralelo a esta utilização. O número de mortes militares (como se essas fossem minimamente menos gravosas) é ínfimo quando comparado com as casualidades civis que este tipo de munição inflige.

Um caso paradigmático são as minas "cluster", utilizadas pelos Estados Unidos nas suas guerras, nomeadamente Vietnam, Iraque, Afeganistão e outras que tais. Não querendo ter uma atitude facciosa é de sublinhar que não só os EU as usam. Reino Unido, China, Rússia, Brasil, entre vários outros, são conhecidos fabricantes (e nalguns casos utilizadores) deste tipo de munições. Este é exactamente o tipo de armamento responsável por dezenas de milhares de situações de desmembramento (ou morte, mas esses são os "sortudos") em África (estima-se que Angola, por exemplo, ainda tenha cerca de 10% do seu território em alerta máximo e isto sem incluir os restantes 20% em alerta de minas terrestres), no continente Asiático e na Europa de Leste.

O Protocolo de Dublin, assinado por cerca de 100 países, NÃO contou com a assinatura dos Estados Unidos (pasmem-se!) , da China, da Rússia e do Brasil, principais produtores, vendedores e utilizadores deste tipo de munição. O Reino Unido, outro dos seus principais produtores foi uma das surpresas do Protocolo, tendo Gordon Brown não só assinado mas, num tremendo volte-face contra o lobbyismo americano, tendo prometido a TOTAL DESTRUIÇÃO do seu enorme stock de munições fragmentárias. Só por esta, acho que já fez por merecer os meses que vai passar no gabinete do Primeiro-Ministro.

Para mais informação (incluindo os signatários e não signatários do Protocolo, bem como uma mais detalhada explicação) deixo aqui este link: Artigo Wikipédia

Para quem tem um estômago forte (AVISO: IMAGENS CHOCANTES): foto de vitimas de munição fragmentária

Por estas e por (tantas tantas) outras: ABAIXO O BELICISMO IMPERIALISTA!

Homem da Faina Out

2 comentários:

tope disse...

Qdo se ker matar, n se olha às vítimas. A verdade é esta.
Posso deixar aki o exemplo dos nosso amigos amaricanos na guerra do vietname: a densa floresta vietnamina sempre representou a cobertura ideal para o "inimigo". Depois de passarem uns tempos a praticar tiro-ao-alvo dos helicópteros directamente para o terreno, começaram-se a fartar pq era difícil ver algo em q acertar, e volta e meia já levavam c uns rockets na tromba. A solução? Napalm!!! "Não os conseguimos ver por causa da vegetação? Caga nisso! Bora largar bombas incendiárias e assim keimamos akela merda toda, lá se vai a vegetação e tudo o que lá tiver metido, sejam combatentes, civis, animais, marcha tudo!!O
O Napalm é, resumidamente, gasolina a arder. É até relativamente fácil e barato de fabricar domésticamente. Mas a mentalidade americana da altura é genial :"n os conseguimos ver pra os abatermos a tiro? atão pegamos-lhes fogo!"
Os resultados eram sempre macabros, e o Napalm foi banido, visto que era pouco preciso e a única coisa q fazia era incendiar tudo onde tocava. Sabem qual a principal razão para os americanos terem parado de o utilizar (para além da proibição internacional)? A quantidade de fotos que os correspondentes de guerra traziam de mulheres e crianças a arder, e outras tantas chamuscadas e a correr em pânico.
Os americanos fazem-se de heróis, mas já deram inúmeras provas de cobardia. E o pior é que o futuro do Mundo depende deles em demasiados aspectos.

Homem da faina disse...

esperemos que não meu caro. Mas a perspectiva sino-asiática ou russa também não augura nada de bom.