Ok, chegou-me à atenção que o post como estava escrito continha algum nível de incredulidade, por isso acrescento o background de modo a tornar o contexto da frase mais facilmente compreensível:
Anda um palhaço a fumar charutos no meu trabalho. Sendo um palhaço daqueles que fumam charutos (ou seja, os da pior espécie, porque têm a mania que são "o máximo") numa altura em que, - espantoso! - já é proibido fumar em espaços fechados, o senhor palhaço achou por bem meter o pior incenso que existe à face do planeta Terra (e quem sabe galáxias circundantes) a queimar todas as santas tardes, para efeitos de "disfarce do cheiro". O problema é que a única coisa que realmente se tem que acabar por disfarçar é o nosso riso cada vez que se passa à frente do escritório dele enquanto se pensa: "Mas que palhaço!" ou então, e isto é cada vez mais frequente, a súbita vontade de lhe entrar pelo escritório adentro e enfiar-lhe o pauzinho de incenso pelo sitio onde o sol não brilha.
Posto isto já foram inúmeras as reclamações da parte dos restantes inquilinos, que se queixam de dores de cabeça e severas limitações à sua capacidade olfactiva no decorrer do dia-a-dia desde que ele iniciou as suas "jornadas do incenso infernal". Eu próprio já fiz questão de lhe dizer que o cheiro roça a fronteira do inadmissível, e constitui certamente acto condenável pela Convenção de Genebra e punível no Tribunal de Haia. (as minhas palavras exactas foram: "desculpe, mas agradecia que não pusesse mais esse incenso a queimar, porque de facto deixa o ar empestado e tenho sofrido de dores de cabeça ininterruptas decorrentes da sua inalação constante." Ok, pronto, o que eu lhe disse foi: "Desculpe, mas o seu incenso causa-me imensas dores de cabeça, se puder agradecia que não o pusesse a queimar.")
Conseguinte, e depois de já ter falado anteriormente com o palhaço em questão cerca de 10 vezes (que eu tenha ouvido!), a inquilina da frente entra de rompante pelo escritório dele e diz-lhe: "ouça lá, já lhe pedi várias vezes para deixar de fumar aqui dentro e para parar com esse incenso horrível, que me deixa com dores de cabeça o dia todo." - Algo bruto, convenhamos, mas com toda a razão. Afinal, o gajo já tinha tido alguns avisos, ainda para mais de uma advogada que mais depressa lhe metia um processo em cima do que ele conseguia dizer: "incenso da loja do Tze Lee da esquina".
Ao que o palhaço (que se acha o máximo, não sei se estão recordados) lhe responde: "este espaço é meu e faço o que eu quiser! Se não quiser, tem bom remédio, vá para casa!" - tudo isto alguns decibéis acima das normas impostas pelo "Noise Polution Reduction Act" aprovado nos trâmites do Processo Integral nº 130301024 OA da União Europeia.
E ai sim, resposta da Xô Dona Carina Correia, Advogada Alfacinha de renome na praça (pelo menos na dela) que parecia de repente ter pegado num megafone, como se ele sempre ali tivesse estado à mão de semear e à espera da bela da oportunidade para brilhar: "Olha lá pá, então e porque é que não vais jogar à cabra cega com um leproso, meu estúpido de merda?". Estrondo da porta, silêncio total. Não cheirou a incenso o resto do dia. A ver se dura.
Carina 1 - Palhaço e Tze Lee da Esquina 0
Homem da Faina Out
segunda-feira, março 10, 2008
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1 comentário:
mete 1 bombinha chinesa no charuto do senhor, prakilo rebentar qdo ele o acender.
ou entao mete-lhe um detector de fumo no gabinete.
ou entao arranja uma foto do palhaço em kestão a fumar o dito charuto, e afixa anónimamente no elevador do prédio ou porta do escritório, com a frase "cheiro mal da boca".
certamente a mente criativa do dr. pincel se irá lembrar de outras maldades a serem aplicadas à personagem.
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